quinta-feira, 18 de novembro de 2004

Cosmos

A ciência assenta no pressuposto de que a natureza, enquanto conjunto de fenómenos a ocorrer no mundo, obedece a leis fixas, dadas determinadas composições sujeitas a um movimento e interactividade relacionais. Esta rigidez de comportamentos pode ser encarada como um dado adquirido do próprio mundo, ou como uma dotação de uma outra qualquer existência (como seja Deus). Ou o mundo é auto-suficiente e a natureza passível de ser considerada uma divindade em si – panteísmo – ou depende de uma existência que lhe é superior – deísmo. Penso que é dentro destes contextos que deve ser questionada a intrigante existência humana. Ou ela é um acidente da natureza ou, pelo contrário, uma determinação que, enquanto tal, adquire uma significação que lhe é dada.